Capítulo 2
Modelos de Organização do Trabalho: por uma organização colaborativa.
Ana Valéria Dias (UFMG)
Francisco Lima (UFMG)
Leonardo Reis (UNIFEI)
Cine-trabalho:
No filme Tempos modernos, Charles Chaplin já criticava os métodos tayloristas e a linha de montagem fordista pela intensificação do trabalho e seus efeitos psicológicos. Filme completo disponível aqui.
O filme Carne e osso revela a realidade dos frigoríficos brasileiros e mostra como o modelo taylorista-fordista é eficiente para alimentar o mundo, mas produzindo milhares de trabalhadores doentes. O filme Recursos humanos mostra como funcionam os sistemas contemporâneos de gestão. Filme completo disponível aqui.
Um ponto de vista interessante sobre o “modelo japonês” e os problemas de sua transposição para outros contextos fora de seu país de origem é apresentado no filme ficcional Fábrica de Loucuras (Gug Ho, dirigido por Ron Howard, 1986). O trailer está disponível aqui.
O documentário Indústria Americana (American Factory, dirigido por Julia Reichert e Steven Bognar, 2019), disponível na Netflix, traz discussão semelhante para o caso chinês. O trailer está disponível aqui.
As ficções Eu, Daniel Blake (I Daniel Blake, 2016 – Filme completo disponível aqui) e Você não estava aqui (Sorry we missed you, 2019 – O trailer está disponível aqui), dirigidas por Ken Loach, tratam da questão do trabalho em tempos contemporâneos, da flexibilidade e da uberização. Ainda sobre uberização, recomendamos o documentário brasileiro Gig a uberização do trabalho, produzido pela organização Repórter Brasil. O trailer está disponível aqui
Por sua vez, o documentário The true cost (dirigido por Andrew Morgan, 2015) discute a precarização do trabalho na cadeia da indústria da moda contemporânea (fast fashion). O trailer está disponível aqui.
O episódio O lado sombrio da indústria de games da série Patriot Act (criada por Hasan Minhaj, em Netflix, 2019) discute a organização do trabalho contemporânea na economia criativa, com o caso da indústria de videogames. Disponível completo aqui. Na mesma série, o episódio Amazon trata do caso da gigante de comércio varejista online. Disponível completo aqui.
Para conhecer experiências concretas sobre alternativas econômicas e autogestão, ver o filme Amanhã e o documentário The experience Cecosesola sobre uma ampla rede da Venezuela que opera há mais de 50 anos em uma autogestão sem relações verticais. Trecho deste documentário disponível aqui.
Jornada extra:
Relatos da experiência da Cecosesola estão disponíveis neste site. Mais perto de nós, a experiência dos catadores brasileiros é exemplar (veja aqui). Na França, a experiência do Ecopôle Alimentaire d’Audruicq (acesse) e várias experiências disponíveis no site do Instituto Europeu da EFC (link).
Como leituras complementares recomendamos:
- SANDRONI, P. O que é mais-valia. São Paulo: Brasiliense, 1992 (Introdução didática e de fácil leitura aos difíceis meandros do processo de produção capitalista e da mais-valia. O livro é sobretudo interessante por deixar evidente a relação entre produção de mais-valia e os efeitos sobre a saúde dos trabalhadores. Uma compreensão mais aprofundada desses problemas pode ser encontrada em NAPOLEONI C. Lições sobre o capítulo VI (inédito) de Marx. São Paulo, Livraria Ciências Humanas Editora, 1981, além dos próprios textos de Marx, em particular Capítulo VI Inédito de O Capital. São Paulo, Editora Moraes, 1985 e o volume I de O Capital.).
- FLEURY C.; VARGAS, N. (Org.) Organização do trabalho: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Atlas, 1983. (Textos dedicados aos engenheiros((as)) de produção, mas de fácil compreensão para os não-especialistas. Servem como aprofundamento sobre as diversas formas de organização do trabalho, em teoria e como são implementadas na realidade).
- O livro organizado por GORZ, A. Crítica da divisão do trabalho. São Paulo: Martins Fontes, 1980, aborda vários dos problemas específicos da desqualificação do trabalho e relações de poder implicadas na divisão do trabalho.
- MORAES NETO, B. Marx, Taylor e Ford. São Paulo: Brasiliense. 1989. Obra obrigatória quando se trata de entender a natureza do taylorismo. O autor demonstra que o taylorismo é uma forma atrasada de exploração capitalista que reinventa no século XX a divisão manufatureira do trabalho, tal como Marx já a descrevera em O Capital. Uma visão cuidadosa da vida na linha de montagem em uma fábrica de automóveis é narrada em forma de romance no livro de Robert Linhart, Greve na fábrica.