Extras Cap.13

Capítulo 13

Elementos da história da ergonomia no Brasil.

José Marçal Jackson Filho (Fundacentro)
Francisco Lima (UFMG)
Sandra Donatelli (Fundacentro)
Angela Paula Simonelli (UFPR)

 

Jornada extra:

A história da ergonomia, em especial da ergonomia no Brasil ainda está por ser contada. Além dos textos citados nas referências deste capítulo, recomendamos como leituras complementares para aprofundamento:

 

Laville, A.  Referências para uma história da ergonomia francófona. In Falzon, P.: Ergonomia. São Paulo: Edgar Blücher, 2007. Neste capítulo, Antoine Laville, médico, ergonomista, professor titular, por meio de sua experiência profissional no campo da Ergonomia, por meio de testemunhos com colegas e análise documental buscou reconstituir os primórdios da ergonomia de língua francesa.

 

Lima, F.P.A. Ergonomia, ciência do trabalho, ponto de vista do trabalho: a ciência do trabalho numa perspectiva histórica. (Artigo elaborado a partir de uma comunicação ao I Seminário Interinstitucional de Ergonomia. Belo Horizonte, junho de 1995. Publicado na revista Ação Ergonômica, v. 1, n. 2, 2000). Nesse artigo, faz uma abordagem histórica das ciências do trabalho, colocando em questão as abordagens que procuram resolver de forma objetiva os problemas ergonômicos, como a definição de uma jornada de trabalho “normal” ou “justa’. As ciências do trabalho, dentre elas a ergonomia, nasce de demandas para resolver cientificamente os conflitos sociais, em especial que problemas e conflitos gerados pela contradição capital x trabalho. O que, nesse contexto de luta social, pode ser uma ciência do trabalho que não se deixa ser instrumentalizada pelos atores sociais em luta? 

 

Lima, F.P.A. A Formação em Ergonomia: reflexões sobre algumas experiências de ensino da metodologia de análise ergonômica do trabalho. Publicado em: KIEFER; FAGÁ; SAMPAIO (eds). Trabalho, educação e saúde. Vitória, Fundacentro, pp. 133-148. Neste texto, partindo da questão de uma formação do ergonomista, recoloca-se a questão das duas ergonomias – a ergonomia dos fatores humanos e a ergonomia da atividade –, que tiveram origens em países e contextos sociais diferentes, mas devem se encontrar em torno da análise de um objeto comum – o trabalho humano. Tratando especificamente da ergonomia da atividade, apresenta o que, nesta abordagem, exige de transformação do próprio analista do trabalho, um indivíduo humano que pretende compreender e transformar a atividade de um outro indivíduo. 

 

Jackson Filho, J.M.; Lima, F.P.A.  Análise Ergonômica do Trabalho no Brasil: transferência tecnológica bem-sucedida? Rev. bras. saúde ocup. 40 (131) • Jan-Jun 2015. Disponível aqui. Neste texto, foi abordado o desenvolvimento da Análise Ergonômica do Trabalho (AET), vista como tecnologia social, no Brasil, por meio da análise do processo de transferência tecnológica, comparando-se as características de sua aplicação na França e no Brasil. A análise mostra que a Ergonomia da Atividade foi introduzida no Brasil para enfrentar os problemas de condições de trabalho decorrentes do desenvolvimento industrial nos anos de 1970. No caso da França, a representação dos trabalhadores nas empresas assegura as condições sociais necessárias para a produção de conhecimentos sobre o trabalho real baseado no olhar etnográfico. No Brasil, embora prescrita na legislação, a prática da AET não está respaldada em construção social que permita a produção e o controle do uso dos conhecimentos sobre as atividades de trabalho. Observam-se, todavia, desenvolvimentos em diversas áreas, tais como no serviço público ou na indústria estatal de petróleo, e de novas metodologias a serviço da ação pública.

 

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